sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Em Cara de Gato

Sobrou para o Zequinha, o Sarney Filho que, na versão de Pinto Rei, não saiu ao pai.

Pinto Rei era um boêmio que não consumia álcool, mas quem o visse em meio aqueles praticantes das alegrias programadas só podia imaginar que ele fosse o único a exagerar nas doses.

E não era nada disso, só bebia Cola Jesus, daí talvez por isso o seu humor aparentemente infantil, volta e meia beirando o cáustico.

Fernando, o líder empresarial da família, tanto aprontou, apostou no tempo, que nem o pai, achando que logo tudo cairia no esquecimento como, de fato, parece que está caindo, e de repente na onda que parece estar voltando, as provas de que um dos apartamentos de São Paulo foi mesmo bancado por uma empreiteira, cuja maior fonte de faturamentos é o sempre generoso Ministério das Minas e Energia.

O apartamento comprado à vista pela empreiteira de um senhor de sobrenome Frota foi vendido em suaves prestações, sem nenhum financiamento bancário, ao Zequinha, o Sarney Filho que, na versão de Pinto Rei, não puxou em nada ao pai.

O fuzuê sobre essa novidade começa a ressuscitar indignações, mas o Senador Pedro Simon, o primeiro a pedir a Sarney pai que renunciasse antes que fosse tarde, recorre agora à ironia para comentar:

"Eu nem leio mais essas denúncias. Eu acho que o Sarney é um homem digno, é um homem correto, é um homem que preza pela transparência. Isso aí é inveja dessas pessoas, eu acho que o que tem que se fazer é uma homenagem a Sarney".

Certas admoestações, dizia dona Maria Helena, sogra de Eurídice, não servem para nada. Dependendo do admoestado, é como passar sebo em cara de gato.

2 comentários:

Anônimo disse...

O momento agora no Senado é de recuperar o tempo perdido com essa crise ridícula, e não de bucar a continuidade da bagunça.

João Augusto disse...

O momento seria de resgatar um mínimo de decência, mas isto eu duvido muito, seria o mesmo que furar pneu de trem.