sexta-feira, 25 de julho de 2008

Solta e Agarra, o Resumo

Antes de deixar a direção do Inquérito da Operação Satiagraha que envolve o banqueiro Daniel Dantas, dentre os principais acusados, o Delegado Cristógenes Queiroz deu uma enxugada no seu relatório, dando mais ênfase às seguintes linhas para a acusação:


1) Dantas operava informalmente uma rede com mais de 150 de empresas em nome de "laranjas" e "testas-de-ferro", de modo a confundir os órgãos reguladores. "Identificamos a prática de manobras de investimento com o uso de informações privilegiadas, criações de inúmeras empresas, muitas delas são empresas de "prateleira" utilizadas única e exclusivamente para operações de mútuo, (...) formando um complexo emaranhado que torna praticamente impossível a rastreabilidade do dinheiro da organização".

2) Dantas violou leis federais ao criar e manter um fundo de investimento nas ilhas Cayman no qual brasileiros não poderiam investir. A suspeita é fundada em laudos do Instituto Nacional de Criminalística. "O laudo [pericial] conseguiu demonstrar que alguns cotistas brasileiros do Opportunity Fund (...) permaneceram com valores investidos no ano de 2003 e, com base em informações fornecidas pela Receita Federal e Banco Central, comprovou que os valores não foram declarados e que foram remetidos ilegalmente para o exterior, havendo suspeitas da utilização de doleiros".

3) Dantas deixou de comunicar ao Coaf (órgão de inteligência financeira do governo) movimentações financeiras atípicas em contas bancárias de seus clientes. A principal peça da acusação é o relatório de inteligência financeira do Coaf de dezembro de 2007. Entre os donos das contas sob suspeita estão funcionários do Opportunity e parentes de Dantas.

"Além da lavagem de dinheiro, possivelmente de recursos desviados de empresas financeiras ou não financeiras do grupo, estas contas também podem estar sendo utilizadas para trazer valores dos fundos "offshore" administrados pelo grupo e distribuição aos quotistas que deles participam ilegalmente."

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